Se eu soubesse de mim
Com o mesmo
atrevimento com que vejo os outros
Saberia certamente
entender melhor onde estou
E ter como presente,
não o que sonhei ou sonho,
Mas a humildade de
sentir
Tudo o que me assiste
e completa
Sem que tente ser
ninguém
Num orgulho inacabado
de não suportar a frustração
Das expectativas exortadas
à vitória fútil
Do abandono em que propriamente
adoeci
Do silêncio de sentimentos
que exercitei
Dos vícios a que sucumbi
À indiferença que ao
tempo dei
Da força que em mim refutei
Por tudo aquilo por
que me perdi,
Mesmo sabendo que
nunca era eu ali
Eu serei sempre mais
do que sou
Depois de negar o que
nunca serei
E me celebrar na
originalidade de como vim