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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Boas noites


Acentuam-se os rumores de inquietação,
desde a imaculada
até ao velho, quando morrer.
E antes que seja Entrudo,
libertará, o povo, o grito
ao que teimou em ser estrutura,
antes que o deus do tempo
beijasse o caminho do equilíbrio,
ao fim do ciclo.
E a dureza do inverno prolongar-se-á
até à conquista de outra primavera,
pois ainda habitam flores no coração dos esperançados,
apesar de fatigados por tanta imprudência
e vil injustiça.

Por fim, a mais recente das constelações
cairá por terra
por que no céu
só há lugar para estrelas
que alumiem
boas noites,
ou então, que seja dia.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Berço


Quanto menor for
o berço da infância,
mais difícil se torna, de sair,
e desabitar o futuro,
para que se;
abrace a consciência
em liberdade,
faça a grande viagem
ao mundo do(s) eu(s),
descubra paisagens do tempo,
mergulhe às profundezas da existência,
envelheça ideias,
aceite o óbvio
e seja o que se é,
sem que se represente o drama
da insuficiência
e do medo,
com as personas
do orgulho
e do poder.

Só o silêncio
abre caminhos.
As palavras são muitas
e estão presas.
Não sei mais o que quero,
sem que me prefira
e mate ao propósito
de poder renascer
e ser diferente,
sendo sempre o mesmo...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Valha-nos Deus


Se a vontade de Deus é bem mais poderosa,
do que quaisquer de meus terrenos e simples quereres;
no que faça, mesmo que peque e não me contenha,
e não consiga, mesmo, muito acreditando crer e a Ele ser temente,
então tudo não passa, porventura, senão, de mais alguns de seus santíssimos caprichos.

Mas, apesar de não me ser fácil, entendê-Lo, aceito-O, tal como O imagino.
Cada um recria-O à sua maneira.
Ele, também, assim fez connosco.

Valha-nos Deus!
Deus nos acuda
e nos livre, também de Si; Sua justiça divina,
e de todo o mal!
Amém!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Aqui...


Aqui, quem capitaneia é a inconsciência
dos incompetentes;
uns possuídos pela ambição,
cegos por egolatria...
Outros incapazes de se comprometerem
com pertinentes decisões,
vendidos às conveniências...
E há os demais,
que sofrem de (des)ilusão de promessas,
vergados à gravidade do abismo,
desmembrados do que é factual...

Mas o melhor dos mensageiros retrocede,
para nos trazer,
o que ainda não foi dito,
aqui, em baixo,
confundir,
e esclarecer.

Tudo merecemos,
por tanta ignorância.
Deveríamos, já ter aprendido.
E aprendemos,
mas devagar.
E tão rapidamente
logo tudo se esquece,
e repete;
repete, repete, repete...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Guerrear pela vida


A morte é a mais violenta derrota
de qualquer batalha.
Todo o guerreiro tem o desejo de vencer,
na luta pelo que defende.
Vitorioso nunca será ao aniquilar
a outra parte, do conflito,
também tão honrosa, nobre
e audaz de si.

Guerrear pela vida
com tudo o que mexa,
para que se construa o Homem-deus
de todas as civilizações
e não o carrasco absolutista
prepotente de verdades,
reflexo de fragilidades
tanta mentira...

Nada há...


Nada há, que, justifique
o injustificável,
se esconda
no mais completo dos silêncios,
não se revele a seu tempo,
seja um (a)caso isolado...

Nem todo o espelho é frágil,
mas toda a pose tem um sentido
e serão poucos, os que se saberão olhar
e ver.