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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O que é isso

O que é isso de 
Ter-se consciência ou
O Inconsciente

Dolorosa é a devaneação de se atingir felicidade
Sempre como meta futurível
Sem que se lá chegue jamais
Esmar magnificente
E considerar ímpar
Sem que se saiba a razão dos indetermináveis limites

Somente o Homem
Se espreita num qualquer espelho
Sem que se consiga alguma vez ver
E assentir
E no território da existência
Bem demarcadas estão as fronteiras pelos seus sentidos 

O que é isso de 

Ter-se consciência ou
O Inconsciente

Se sabeis
Então dizei-me 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Precisei de um pai...

Precisei de um pai
e o pai, fui eu,
de uma mãe
e a mãe também fui eu,
de quem me amasse,
e nunca houvera vagar.
E poucos foram
os que me souberam
transmitir a Verdade
e reconhecer.
Precisei de mim
e nunca lá estive,
cresci depressa demais,
sem que tenha dado conta disso,
por entre tantos
que se fingiram aparentar comigo,
porque não sabia
nunca o que me ser.

E onde moro eu
em minhas crias;
nos que me chamam de pai
e outros que nem conheço?

Hoje, tudo se deseja esquecer,
que o tempo mate,
o que marcou a ferros o corpo,
quando jamais, se apagará na eternidade,
o que foi, na alma, desde o início, revelado.

domingo, 21 de agosto de 2011

Felicidade

Tristeza
por meu desmedido ego(ísmo).
Alegria
por meu imperecível amor.
Felicidade
no agora,
sem quaisquer lembranças,
Eu e mais Tudo,
Um.

Aprendo a sorrir
de peito aberto para o mundo,
em vez de, em frente ao espelho.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

(I)Realidades Fluidas

Não te deixes levar por essas personificações aventurosas
Que gritam nos oceanos mais profundos do meu Ser
Que em labareda se consume mas não se estingue,
Mas Arde...
Olha com olhos de ver que não os tens
Quando a irrealidade te constantemente fita e persegue
Sugando-te ao teu próprio eu, Tu mesma?
(I)Realidade? Eu ou Tu?
O Amor que de nós nasce é real e infinito
Espalha-se por tudo o que existe
E vai iluminando, explorando e aprendendo mais
Sobre o cosmos que nos une.
A sua astúcia é inigualável e seus instintos apurados
Vê de olhos bem cerrados o que “outras tais”
Nunca desconfiarão poder ver
Com eles bem abertos.
Mas quando se abrem
Não há limites para o seu alcance
Espalha-se, expande-se
E é verosímil, meigo, gentil...
Imparável em bondade
De Bom e de Bem Bom e de Bombom...Hum...
Revira este Mundo e o outro, ou outros,
Para ver o que quer.

E então flui...

Ruben Marques Jacinto / 9 Agosto 2011



Luz/Vida/Morte

A peculiar textura da vida,
Molda-se criando caminhos surpreendentes,
Labirínticos,
Inesperados nas entranhas do amago íntimo
De cada ser metamórfico.
Respiramos Vida!
Por isso mais vale vivê-la,
Mesmo que a Morte nos espreite,
De quando em quando.
Devoramo-nos uns aos outros,
Com medo vazio de Luz omnipresente.
Deixá-la ocupar todas as partículas do que existe
É apenas demais...
Mais fácil é ser moribundo,
Do que morrer de tanto ou tão pouco,
Do nada que coexiste com a abundância do É,
Com a ausência do tudo que se suga a ele mesmo
Num acto exacto de ilusão, ou realidade,
Cortante e exasperante...
Cansa...
Arranca a carne mais visceral,
Que também é querida...
Para quê?
Ser, é.
Queremos nós viver?
Ou ter a morte já bem encenada, treinada,
Para sermos verdadeiros campeões em antecipação,
Com objectivos bem definidos, com uma meta a atingir.
É mais prazeroso ir a lado nenhum ou coisa alguma.
Ser coisa nenhuma...
E de repente...

Apenas És!
Vida e Luz...
Ai...
...O Abismo de se viver morrendo...
...Já Morto?

Ruben Marques Jacinto

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Há quem...

Há quem
não consiga,
nunca consiga,
esteja demasiado intoxicado
por tanta coisa,
desde sempre
e reste-lhe, somente
constatar, com nitidez,
o que lhe é tão real
e (i)mundo.
E assim não mais desperte
para o sonho
com o(s) outro(s).
Todos temos liberdade de escolha.
E poderá ser a liberdade, a escolhida.
Um dia, naturalmente, dar-me-ão um qualquer salvo-conduto,
para que parta,
sem que magoe, demais,
quem lute por se limpar, ser puro
e livre.

Não sei se serei capaz!...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Olho-me

Olho-me
E não me alcanço
Por muito que tente jamais lá chegarei
Nunca serei um deus
Pois esse desígnio de conhecimento não me cabe
Sou apenas um caminho
Onde me espero
Qualquer dia
Sem hora certa 


Penso

Penso
Penso muito
Sem que quase nunca diga o que penso
Procuro na razão a razão
Como se a razão me salvasse
Ou mesmo ela estivesse salva existisse
E neste emaranhado de emoções
Dividido entre a indiferença e a segurança
Construo em dissonância o enredo
Que sirva à dor de mim
Pontas soltas
Nós apertados
Criando o labirinto onde me perca
Encontrando o abismo que me assuste
Calculando o limite de escoamento que me deforme e em tensão me quebre
Para que me liberte deste pesadelo da existência
E recupere as palavras para a minha revelação

É por eles

Aprendi tanto
Convencido fui por tantos
Diziam todos a mesma coisa
Falavam com a mesma convicção
Como o domínio da sua significância
Houve sempre alguns poucos
Que me atraíam para o essencial
E por esses sempre nutri um secreto arrebatamento
Inibi-me de os seguir
Mas nunca em mim os omiti

É por eles
que ainda vivo

Eu serei

Se eu soubesse de mim
Com o mesmo atrevimento com que vejo os outros
Saberia certamente entender melhor onde estou
E ter como presente, não o que sonhei ou sonho,
Mas a humildade de sentir
Tudo o que me assiste e completa
Sem que tente ser ninguém
Num orgulho inacabado de não suportar a frustração
Das expectativas exortadas à vitória fútil
Do abandono em que propriamente adoeci
Do silêncio de sentimentos que exercitei
Dos vícios a que sucumbi
À indiferença que ao tempo dei
Da força que em mim refutei
Por tudo aquilo por que me perdi,
Mesmo sabendo que nunca era eu ali

Eu serei sempre mais do que sou
Depois de negar o que nunca serei
E me celebrar na originalidade de como vim 

domingo, 7 de agosto de 2011

Sonho

Voar no canto de uma ave
é sair deste canto do mundo;
depena-se o infortúnio
e lá, bem alto, flutua-se no eterno bem.
Isto é tentar sonhar desperto,
o que o outro sonho desconhece,
até que se poise
e aconteça outra noite,
o canto da ave se vá
e reste ainda o pesadelo.

João Marques Jacinto (Ota-1978)

Áries

Não queiras ser o melhor,
primeiro,
mas único.

Assume a força da primavera
e marra a vida com pujança,
com os cornos da coragem
sem que nunca te distraias
com o que te ficou para trás.

Áries, de meu primitivo pulsar,
meu primeiro sopro,
meu grito,
meu punhal,
minha carne,
minhas vestes de sangue,
máscara de todas as dores
e universos,
do que me reinvento
e preciso ser!...
E ser,
e ser,
e ser!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tenho...

Tenho a responsabilidade
da vida,
perante quem estimulei
a viver.
E a morte,
assim, pesa-me deveras,
mesmo que tenha em vistas
renascer.

O tempo marca.
O tempo pode ser ilusão.
E qualquer vida tem tempo
e fim.

Eu ser-te-ei...

Eu ser-te-ei
sempre que te negares
e contigo fundir-me-ei
se te abrires ao amor,
sem que te queiras jamais ferir.
Olha-te ao espelho
para que só a ti vejas,
e contempla-te,
mas de mente cerrada.