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sábado, 10 de setembro de 2011

Nunca houvera vontade...

Nunca houvera vontade
em contrariar a maldade,
de quem fazia crer
ser o que todos os empobrecidos,
mais sonham,
quanto maior é a inveja,
sobre os frágeis que simbolizam ameaça.
Porque do mal lhes advinha, ainda benefícios.
Era cómodo nada alterar
e somente admitir que as vitimas sem posses,
seriam tudo de loucas,
e descontextualizadas, de suas ambições, e estripe,
e das conveniências que une a amizade dos interesses por interesse.

Só os poderosos têm direito à imposição, por orgulho,
defesa da sua honra, a qualquer preço,
os outros, abjectos, mesmo que suas vozes contestem alto,
não passarão jamais de insignificantes asnos,
sem direito a pasto em campo verde.

Nunca haverá vontade
em contrariar a maldade,
desde que o árido ego seja bem pago,
mesmo por um anjo mau,
até pelo diabo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Aquela criança de dez anos

Nunca te foste
pois apenas era tu
quem eu pretendia.
Nunca te fujas,
quando o amor lá estiver.
Sê pessoa inteira,
sem receio de receber,
abandono; porque alguém abandona...
Nada te pertence;
nem mesmo tu,
muito menos eu.
Mas de tanto poderás usufruir.
O tempo acontece,
sem ser preciso contá-lo,
para que tudo seja saboreado sem pressa.
Eu estarei sempre onde for preciso,
desde que também sejas capaz.
Já não quero esperar,
nem viver em ansiedade.
Quero-me muito, demais,
para que combata com armas de outros,
contra inimigos que desconheço,
e manter a esperança,
e encontrar aquela criança de dez anos que perdi;
sei que está viva
e me espera.
Confio agora na sua palavra,
na promessa que me fizera.
Eu é que cresci, sem querer, depressa,
deixei-me levar por o que vulgarmente se ambiciona,
para nunca mais me ser,
até me saber melhor
quando me lembrei dela, como nunca.
Ela, sim, aquela, sonhava,
Eram grandes os seus sonhos,
nunca me desiludiu por outras verdades,
é demasiado bela,
e continua tal qual como a deixei;
alegre,
e persistentemente crente
e pura!

Amo-a!

Iluminar

Quanto mais presos estivermos
à gravidade das coisas terrenas,
menos seremos capazes de atingir
a universalidade de Deus.
O Homem divide-se,
em vez de se simplificar,
guerreia e quer vencer,
para se superar nas fraquezas,
e ser herói de amor,
e sentir-se mais uma estrela,
por aqui, no Céu,
também a iluminar,
e enfraquecer a escuridão.

Não (re)conheço a grandeza de Tudo,
mas jamais me aceitarei na pequenez.

domingo, 4 de setembro de 2011

Tristeza...

Tristeza,
pobreza!
E quanto, também, mais perco,
mais pobre fico.
Mas possuo um enorme sorriso
para o que ainda me resta
e outros, a quem dar,
quando me acham.

Aprendi com o Sol
a não me importar com a passagem das nuvens
e a iluminar sempre que posso.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

As palavras

Não sei se, esta liberdade,
em breve, não esgotará.
Por entre tanto e tudo
o que se diz e escreve
vai-se perdendo o que interessa
e não há distância que vença
o mesmo mal de todos;
a mente constantemente emprenhada,
sem espaço à contemplação.
Nem luz que quebre o silêncio,
em que juntos coabitamos,
da mais profunda escuridão.

As palavras são oiro
e delas preciso o que me baste,
para ser um afortunado
e nunca prisioneiro.

Não quero mais que me distraiam;
as palavras também ferem,
as palavras também matam.