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sábado, 25 de junho de 2011

Nunca...



Nunca vos acusarei,
por todo o mal que me causastes.
Inventarei um dano menor,
como perdão pelo que já vos azarei,
mesmo que ainda de nada saibamos,
convicto apenas de minha dor,
ou meu drama.

Nem sempre tenho quem me condene,
para que me sirva de escusa à culpa
e salte por cima dos meus erros,
sem que os queira acarear.

Felicidade é ser o que sou,
e admiti-lo,
saber estar
e nunca supor outro caminho,
que não me sirva nos pés.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Heresia de Carmen Fossari






Lançamento do livro de poesia de Carmen Fossari;



em Florianópolis no mês de Julho,



em São Paulo no mês de Novembro.





Parabéns, poeta por Heresia!



Muito sucesso!





Carmen Fossari


Natural de Florianópolis, filha de Domingos Fossari e de Irene Maria Belli Fossari.Mestre em Literatura Brasileira, pela UFSC, com opção em Teatro. Diretora de Espetáculos do DAC - Departamento Artístico Cultural da UFSC. Coordenadora e professora da Oficina Permanente de Teatro da UFSC. Diretora e fundadora do Grupo Pesquisa Teatro Novo/UFSC.Nessa categoria, recebeu inúmeros prêmios estaduais e nacionais, bem como representou o Brasil com espetáculos que dirigiu, escreveu e atuou nos seguintes países: Porto Rico, México, Paraguai, Argentina, Chile,Colômbia e Portugal. Esteve com espetáculos no Chile por sete vezes, onde mantém convênio através do GPTN/UFSC com a “Cia. La Carreta” que coordena, naquele país, o ENTEPOLA - Encontro de Teatro Popular Latino Americano .Participou de três Projetos “Mambembão”, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com os espetáculos “Mesa Grande” e “Terra de Terrara”, obras que dirigiu e atuou, numa promoção do Serviço Nacional de Teatro, RJ (duas temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, e um Curso de Direção Teatral, integrante do Projeto, ministrado pelos melhores diretores de Teatro do Brasil).Coordenou o 1º ENTEPOLA do Brasil, na cidade de Florianópolis, em 1996, com a participação de 280 artistas das Américas e de outros Continentes. Dramaturga, recebeu prêmios nacionais pelos textos “Terra de Terrara” e “Engenho Engendrado” (ambos de pesquisa lingüística e cultural das Comunidades Açorianas).Poetisa, em 28 de fevereiro de 2002 teve poema publicado no Jornal Machetearte, do México.Escreveu o roteiro e realizou a pesquisa do vídeo “Viva o Circo”, direção de Ronaldo dos Anjos, prêmio de melhor vídeo no Festival Nacional de Gravatal.Escreve enredos para Escolas de Samba de Florianópolis e artigos para jornais de Santa Catarina. Escreveu durante 10 anos para o Anuário Brasileiro de Teatro, do Rio de Janeiro, editado pelo Serviço Nacional de Teatro.Escreveu entre outras obras: “De Açores a Desterro - Uma Viagem Bruxólica”, “Isto ou Aquilo, com Sol ou Chuva”, “Vô Chapéu Azul na cidade de Pedra Grande” (e também traduziu ao espanhol “Abuelo Somrero Azul em la ciudad de Piedra Grande”), “Ocasos Raros Casos Simples”, “Rua de Vento Sul”, “O Menino que jogava com o Sol”, “João Unha de Fome e Dona Maria Comecome” (inédito), ”Os 7 Segredos do Mar”, “Don Pablo entre vogais” além de outros .Adaptou textos da dramaturgia universal, dentre eles: “Alguns Pecados Capitais” (do original “Os 7 Pecados Capitais dos Pequenos Burgueses”, de Bertolt Brecht), “Bodas com Lorca, Gotas de Sangue” (do original “Bodas de Sangue” de Garcia Lorca ), “O Mercador” (de Veneza) do original “O Mercador de Veneza” de William Shakespeare.Traduziu e dirigiu os textos: “Las Mamelles de Tiresias”, do pai do surrealismo francês Guilhaume Apolinaire e “O Burguês Fidalgo” de Jean Batiste Poquelin de Molière.Dirigiu e produziu mais de 60 peças teatrais nas categorias de Teatro Adulto, Infantil de Títeres e de Rua.Co-Fundadora e Vice-Presidente da POIÉSIS - Associação de Professores e Diretores de Teatro Universitário do Brasil.Integrante do Circuito Latino Americano de Teatro, e nesta categoria ministrou cursos na Universidade de Porto Rico, Chile e México.Trabalha com a Literatura Catarinense trazendo ao teatro a prosa e o verso através de montagens junto ao Pesquisa, a saber, obras dos seguintes escritores e poetas: Lindolf Bell, Franklin Cascaes, Flávio José Cardoso, Eglê Malheiros, Argus Cirino, Raul Caldas Filho, Alcides Buss, Joca Wolff, Fábio Bruggmann, Clécio Espezim, Almiro Caldeira de Andrade e Harry Laus.Possui obra incluída no livro “Panorama do Teatro Brasileiro no Século XX” (com fotografia da encenação) autoria de Clóvis Levi, com edição da FUNARTE, Rio de Janeiro.Integra o Dicionário Catarinense de Escritores, edição da Fundação Catarinense de Cultura e o álbum Florianópolis Vista por seus Habitantes, de Beto Abreu, dentre outros.Como atriz, além de inúmeras peças e recitais de poesias, atuou na minissérie “Ilha das Bruxas”, produzida pela TV Manchete e nos curtas metragens “Alva Paixão” de Maria Emília Azevedo;”Ilha” de Zeca Pires; no média metragem “Alma Açoriana” de Penna Filho e no longa metragem “Procuradas”.Dirigiu e foi co-adaptadora e produtora do espetáculo “Hamlet Nuestro”, em Santiago, hoje em giro pelo Chile com a Cia, La Carreta.Participou de dezenas de festivais nacionais e internacionais de teatro, tanto como diretora de teatro quanto debatedora, ministrante de cursos e Integrante de comissões julgadoras. Da participação de Comissões, destaque para o Concurso Nacional de Dramaturgia, promoção do SESI-Brasília DF, onde integrou equipe com Éster Góes e Elias Andreato.Deu Curso de Formação do Ator, além da UFSC, nas cidades de Itajaí,Concórdia, Joaçaba, Brusque,Tubarão, Laguna, Blumenau, Fraiburgo, Chapecó, São José, Joinville, Lages, no estado de Santa Catarina, em Santarém, no Estado do Pará, e em Santiago, no Chile; Rosário e Santa Fé, na Argentina; Cidade do México, e San Juan, em Porto Rico.Roteirista, produtora e diretora de vídeos, e co-produtora, da parte cênica, do média metragem “Alma Açoriana”, em que também colaborou com o enredo.Participou como integrante da Comissão Julgadora do FAM/ Florianópolis Audiovisual/Mercosul no ano de 2002.Lecionou Dramaturgia na Faculdade de Cinema e Vídeo da Unisul.

sábado, 18 de junho de 2011

Já vivi tanto...



Já vivi tanto
que todos estes anos
pareceram-me uma eternidade.
Já hoje, quando me olhei,
não me reconheci.
Estou consideravelmente bem mais maturo
e todos os dias desenham-se-me rugas na alma,
e nascem cabelos brancos no corpo de minha essência...
E dou graças por ter abundância
e perícia para parturir-me,
renascido,
sempre que um ciclo expire.

O que é o amor?



O que é o amor?
Não sei!
Confundo-me por entre instintos
e emoções,
e aprendo a expressar afectos,
sem que entenda os porquês,
condicionado pelos ensinamentos
do mundo que me fica mais próximo.
O que é o amor?
Digam-me!
Se houver quem saiba, que me fale,
para que eu me reveja nele.

Um dia, se vier a reconhecer Deus
talvez consiga experimentar o amor,
se tiver fortuna que em mim se manifeste.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Deus nos salve



Que monstros sagrados são estes
criados à imagem dos homens,
autoridades das almas de nossos mundos,
que mais contribuem para o desamor
do que para o grande desígnio de um só Eu(s)?

Como pode o Homem humanar Deus
em vez de evoluir para o divino?

E Deus está onde impera a Inteligência
e também, se acham os reinos da vida.

E o animal Homem agiganta-se,
mostrando-se como soberano da selva
e o mais petulante dos predadores.

Que Deus nos salve da agnosia,
da intolerância,
do facciosismo
e de todos os males do medo...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nada a Deus peço



Nada a Deus peço.
Seria um blasfemo, se me atrevesse.
O que tenho, por ora, sobra-me.
Injusto seria se Ele me desse mais, do que necessito,
ou alimentasse caprichos sem nexo,
quando, há quem pouco ou nada possua,
para que sobreviva.
O que desejo
tento que se concretize sem prodígios,
mas com as ferramentas e armas de mim
dignamente,
para que creia na minha existência
e Nele.

Se hoje morresse...



Se hoje, morresse,
só eu não sofreria.
Assim como os que, me desconhecem,
mesmo que até, já lhes tenham falado de mim,
me conhecendo, não são habitualmente perturbados com a minha presença
e nem têm opinião alguma formada a meu respeito;
uns dias acham-me simpático, outros passo-lhes completamente despercebido,
como se a indiferença existisse e eu fosse incorpóreo,
contabilizam as baixas com satisfação, pensando o mundo maior, sem os que partem...

Os que se acostumaram à minha entrega
e tomaram comigo a mesma rotineira,
deixaram que dominasse e também dominaram,
me amaram para que eu também os amasse...
Esses sentiriam, se hoje, morresse, certamente a minha ausência,
enquanto no tempo, consoante o grau de dependência,
não aprendessem o amor de outra maneira.

Haveria, também, quem sentisse a minha falta,
sem que nunca, nos soubéssemos tão conhecidos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dói-me a solidão




Dói-me demais a solidão,
para que não tema o abandono,
ficar só continuamente.
E por muito que me rodeie de gente
não encontro quem me sare
esta ferida da alma tão antiga.
Tudo é demasiado vasto e intrincado
para que me encontre na casa de mim
e haja lucidez que me tranquilize,
chão que me dê raízes,
amor que não se explique,
espírito que me entenda e aceite,
berço que me oscile e reconforte a vida...

Há horizontes maiores
do que estes, de meu lugarejo
que me possam dar outras esperanças
e quebrar este cansaço de tanta exiguidade.

De Fernando



Tantas pessoas em
Pessoa e
mais Pessoa(s).


Somos Pessoa,
de Fernando,
por se cumprir!


Apessoado
poeta,
iluminado
Mar Pessoguês!

José Heitor Santiago
in
Dia do Sol
http://diadosol.blogspot.com


(Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, às 15h20.)

domingo, 12 de junho de 2011

Soletra-me



Soletra-me por entre os teus lábios
e pressente-me aqui, nestes versos que te escrevi,
quando te adivinhava à minha procura.
Mesmo não te vendo o rosto,
sentia-me, já no pulsar de teu coração
como se vibrássemos ao ritmo do universo
e nos sentíssemos tão perto um do outro
e tudo fosse tão grandioso e belo.
E por cada palavra que declames aí bem dentro de ti,
é como se me inventasses como tu
e te sentisses eu
e surgisse a dúvida de quem escreve ou lê e ouve,
e eu me perdesse em ti,
por entre tantos pensamentos
e tu te achasses em mim,
por o que desejei e tudo o que te dediquei
e eu e tu fossemos todos os outros, que se escrevem ou falam
e desejam o amor, mesmo sem que o saibam descrever
ou ler, verbalizar...

E continua a ler-me.
Não páres.
Continua, por amor e pela poesia,
mesmo que tudo não passe de mais um capricho!...

sábado, 11 de junho de 2011

Os meus passos



Tento decifrar os meus passos
e ponho-me de lado, querendo-me olhar sem me ver.
Esmoreço, quando meço o que ocorre,
como se num jogo oscilasse
e eu jamais o apreendesse.

Quem sou, que não me atinjo,
quando ao que me predisponho dissimulo não saber
e me passeio no ensejo, esquecido do desígnio
e acordo no que nunca quis previr
como se não existisse
e nada nunca acontecesse?

Cantasse eu outro fado,
mais concebível,
para que imoderado nunca fosse
e mais livre me fizesse do que introjectei
e tanto me pesa...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Actual



Quanto actual sou
com a veste de minha pele
e liberdade de meu pensar.
Não quero ser tempo
para não passar de moda!
Não quero mais nada
senão hoje,
e crer, também em vós,
depois de mim!

Condição



Quão, ridículos, somos,
híbridos, nos tornámos,
deslumbrados e cegos nos fizemos,
e perdido está o caminho de nós!

Não há deus que, nos queira,
não se ria,
nos salve,
sem que antes,
entendamos toda a história
e aceitemos a própria condição,
humildosamente!

Quão ridículos somos;
inventámo-nos
alienados da realidade
e persistimos no pesadelo!

Marioneta



Sexo?!
(Sobre)vivência!

Amor?!
R)evolução!

E eu,
animal de deus
ou anjo selvagem?!
Marioneta!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Perecer



Pretendeste perecer em mim
para que eu, também findasse.

Não sei qual luto, deva fazer
para que um de nós sobreviva?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ser livre...



É-me difícil ser livre!
Quanto mais cresço,
mais profundas são as raízes
que se responsabilizam à Terra.
Quando vivo permanentemente a renascer,
negando a morte.
Já não sei se é melhor ter consciência
se ser uma eterna criança
sem memórias,
nem amanhã.

Como pode alguém rejeitar a diferença,
se tudo é desigual?

Pesa-nos o legado do infindo e comum pretérito
sem que se enxergue muitíssimo! Nada!

Só serei livre
quando estiver para além de tudo
e de mim,
e abrir mão do que me prende
e nunca foi meu.