Hoje, perdi-me no tempo, contemplando o céu,
atento à dança espontânea dos pássaros,
como se me iludissem de que era eu, quem me movia
e chilrearam-me o coração de tamanha alegria
e atravessaram as nuvens já limpas e o arco-íris
e poisaram nos verdes vivos das árvores,
e brilhantes, por tanto enchardas das águas de Abril…
Distraí-me de tudo o que me preocupava
e exigia atenção,
e achei-me em êxtase
enquanto girava o olhar por tão vasto azul
como se me sentisse, também Primavera.