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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O poeta dorme


Quando, questiono,
poetizo,
não restam dúvidas,
silencio-me.

O poeta deitou-se
com a pena a seu lado,
e rasgou em mil pedaços
as brancas folhas,
do que poderia, ainda, se quisesse,
ser escrito,
e espalhou-as sobre o leito da noite,
como lençol de tantas vidas, por compor,
onde se forçou a adormecer,
atormentado por tanta impiedade,
sem vontade de, cedo, despertar.

Ninguém sabe
quanto dura o sono do poeta.
Poderá até, não mais acordar.

Resta o que questionou,
para que seja questionável.

O poeta dorme,
com ou sem poesia.