Fujo,
não para esquecer,
mas para alcançar
liberdade.
Solto os animais
que me habitam
e apodera-se-me
outra coragem,
e luto com a sombra,
para desventrar,
no mais profundo dos mistérios
da existência,
as entranhas do infinito,
até à soberana consciência
do todo, em mim.
Fujo,
por que (pres)sinto,
o inimaginável,
sem o conseguir decifrar.
E lucidamente
confundo-me
com a loucura
e a insatisfação.
É difícil
crer
e ser terreno,
ser deus
e também carne,
amar
e sobreviver.
Fujo,
com esperança,
que algum dia
me encontre.