domingo, 19 de setembro de 2010
Ladra, cadela, ladra!
Ladra, cadela, ladra!
No cio da ambição
copulas com os cães
da fortuna,
sem faro às soluções.
Persistes em nos estontear,
girando em fechados círculos.
Não há trela,
que te guie a bom caminho,
nem açaime,
que nos controle a raiva.
Já foste em tempos,
de imaginárias vacas-gordas,
satirizada
de a grande porca
(onde todos mamam),
e poderias, agora,
ser coqueluche
usando alma-cheia
de gente viva e feliz,
em vez de presunçosa rafeira,
sem matilha que a honre.
E as crias vão-te morrendo
sem que já haja berço pátria,
e te valham as tetas;
parecendo enormes,
estão mais que secas,
pela desvergonha de alguns.
O osso é mais difícil de roer,
depois de comida toda a carne.
Ladra, cadela, ladra,
que é a vida que nos morde!