quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Desistir
Se me exijo desistir
é por que já estou morto,
incapaz de (pro)criar,
e de (con)viver, com o mal,
e de ser alquimista,
e na imundice...
E nem eu,
nem a mãe natureza
queremos que me sobre decadente,
mas que me lembrem vivo,
enquanto estive disponível
com toda a minha libido
a todo o amor.
Quando se bebeu do cálice
jamais se teme o fim;
quando apenas resta o outono
que anuncia definitivamente
o tal inverno.
E se for esse o meu desejo,
que seja o último,
por que a fortuna de qualquer homem
é; ser digno de sua existência,
por tudo o que semeia,
pelos frutos que ainda dá,
pelos amigos que atrai,
por todos a quem vale...
Estar inteiro
e ter fé.