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sábado, 29 de maio de 2010

Dois senhores

Aquele que reconhece,
com fanatismo
quem faustosamente
diz ser representante
de Cristo na Terra,
nada sabe de Jesus,
não é um bom cristão,
nem um bom homem.

Neste circo da existência;
somos amestrados
pelas armas do medo,
submissos à sombra,
presos à insignificância,
incapazes de transcender as crenças
e de tocar com liberdade
o divino.

Não se pode servir
a dois senhores...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Estes...

Estes,
que outrora foram os revoltosos,
são agora os resignados,
vendidos ao poder,
limitados pelo que usufruem,
presos nas teias
que entre si teceram,
esquecidos dos ideais ...
Esperando que outros surjam
por entre seus pesadelos,
e se aproveitem de suas fraquezas,
e façam, agora a mudança,
convencidos de verdades,
lúcidos de sua classe,
conscientes da grandeza do todo...
E os soltem , sem quererem,
de seus fantasmas
e de malévolas ambições.

E livres estarão
de nunca apenas,
se pertencerem
e de que não lhes roubem
o amor.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Fujo

Fujo,
não para esquecer,
mas para alcançar
liberdade.
Solto os animais
que me habitam
e apodera-se-me
outra coragem,
e luto com a sombra,
para desventrar,
no mais profundo dos mistérios
da existência,
as entranhas do infinito,
até à soberana consciência
do todo, em mim.

Fujo,
por que (pres)sinto,
o inimaginável,
sem o conseguir decifrar.
E lucidamente
confundo-me
com a loucura
e a insatisfação.

É difícil
crer
e ser terreno,
ser deus
e também carne,
amar
e sobreviver.

Fujo,
com esperança,
que algum dia
me encontre.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Veneno

Cura-se veneno
com veneno.
Para veneno,
veneno e meio
(em pequenas doses);
não sendo adepto
desta mesinha.

Quanto mais se envenena
mais se contamina,
até se morrer
de infelicidade,
e só.

O silêncio
é o antídoto
que melhor neutraliza
o veneno da culpa.

Estou imune
ao desamor
e à pobreza.

Espero
às portas da vingança,
para perdoar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sem me mentir

Perdi já tempo
a querer mostrar
o que não sou,
quando valho mais
do que pareço
e esperam de mim.

Esta coisa
do invólucro
só deverá reflectir
a totalidade
da essência,
sem fazer batota,
me mentir.